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A Descoberta de uma Doença Grave: reflexões a partir do caso da princesa Kate

Olá!

Hoje, gostaria de abordar um tema delicado e significativo: as repercussões emocionais da descoberta de uma doença grave, como o câncer. Recentemente, as notícias sobre a princesa Kate Middleton compartilhando sua jornada pessoal com o diagnóstico de câncer de mama trouxeram à tona discussões importantes sobre o enfrentamento dessa situação desafiadora.

A princesa de Kate Middleton anunciou na sexta-feira (22/3), que tem câncer e está fazendo quimioterapia, esta informação foi veiculada depois de dois meses de especulações nas redes sociais sobre seu estado de saúde, após ela ter sido hospitalizada em janeiro para uma cirurgia. Em um vídeo, a princesa de Gales relatou que seu diagnóstico foi um “grande choque” e que “William e eu temos feito tudo o que podemos para processar e administrar isso de forma privada, para o bem de nossa jovem família”. Prossegue dizendo “Levei algum tempo para me recuperar de uma grande cirurgia para iniciar meu tratamento. Mas, o mais importante, levamos tempo para explicar tudo a George, Charlotte e Louis de uma forma que seja apropriada para eles e para tranquilizá-los de que vou ficar bem”, disse ela na mensagem de vídeo. (*)

Na minha prática em psicologia hospitalar e psicanálise, compreendi que receber um diagnóstico de uma doença grave pode desencadear uma ampla gama de emoções intensas, como medo, tristeza, raiva e ansiedade. É natural sentir-se sobrecarregado e confuso diante de uma situação tão impactante e incerta. Quando se trata de uma pessoa pública como a princesa Kate, essas emoções podem ser intensificadas pela exposição midiática e pela pressão social.

Freud nos ensinou que, diante de uma ameaça à integridade física ou emocional, o indivíduo pode recorrer a mecanismos de defesa para lidar com seus sentimentos, tais como a negação, a racionalização e a repressão. Esses mecanismos podem oferecer um certo alívio temporário, mas também podem dificultar a aceitação da realidade e o enfrentamento da situação de maneira saudável.

Já na psicologia hospitalar, compreendemos a importância do apoio emocional e psicológico durante todo o processo de tratamento da doença. É fundamental que o paciente e seus familiares tenham um espaço seguro para expressar suas emoções, compartilhar suas preocupações e receber suporte para enfrentar os desafios que surgem ao longo do caminho.

Ao receber um diagnóstico de câncer ou qualquer outra doença grave, é normal sentir uma mistura de emoções contraditórias. Pode-se passar por um período de luto pela perda da saúde e da sensação de controle sobre a própria vida, ao mesmo tempo em que se busca forças para enfrentar os desafios que se apresentam.

É importante lembrar que cada pessoa reage de maneira única ao diagnóstico e ao tratamento da doença. Não há uma resposta certa ou errada, e é fundamental respeitar o tempo e as necessidades individuais de cada paciente.

Na minha experiência como psicóloga hospitalar, oferecendo suporte psicológico a pacientes graves, verifiquei que o apoio emocional e psicológico pode fazer a diferença no processo de lidar com as emoções diante da descoberta de uma doença grave. A psicoterapia pode oferecer um espaço seguro para explorar os sentimentos, aprender estratégias de enfrentamento e encontrar formas de reconstruir o sentido da vida durante esse período desafiador.

Portanto, se você ou alguém que você conhece está enfrentando o diagnóstico de uma doença grave, saiba que não está sozinho. Há suporte e ajuda disponíveis para ajudá-lo a navegar por essa jornada. Com empatia, compreensão e cuidado, podemos enfrentar os desafios juntos e encontrar caminhos de esperança e resiliência.

Imaginem passar por esse momento de dor, medo e vulnerabilidade diante do escrutínio da mídia, deve ser muito difícil para Kate e seus familiares.

Toda minha solidariedade á Princesa Kate e a tantas outras mulheres que estão enfrentando o câncer.

Até mais,

Andrea Torres, Psicóloga e Psicanalista

*Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/mundo/2024/03/6824073-cancer-de-kate-middleton-o-que-se-sabe-sobre-doenca-da-princesa-de-gales.html

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