Caros leitores,
Gostaria de iniciar nossa reflexão de hoje abordando um tema que tem se tornado cada vez mais presente em nossa sociedade: a procrastinação. Esse hábito de deixar para depois tarefas importantes tem ganhado destaque em um contexto onde o trabalho, a produtividade e os resultados são altamente valorizados. No entanto, será que todos nós nos tornamos procrastinadores?
A procrastinação não é uma novidade. Recordemos nossos tempos de infância, quantas vezes adiamos tomar banho, lavar a louça ou fazer a lição de casa? Essas memórias nos oferecem uma pista sobre os motivos por trás desses adiamentos, que podem estar relacionados à angústia em atender às expectativas dos outros e às atividades com as quais nos sentimos contraditórios ou inseguros.
À medida que crescemos, nossos adiamentos se tornam mais complexos e menos óbvios. Decidir se devemos ou não ligar para alguém, terminar um relacionamento, trocar de emprego ou entregar um projeto são exemplos de situações que podem nos levar à procrastinação.
É importante reconhecer que nem sempre adiar é negativo. Às vezes, precisamos de tempo para refletir sobre nossos desejos e identidades. No entanto, os tempos atuais ampliaram essa tendência, especialmente nas redes sociais, onde a constante autoavaliação e comparação com ideais inatingíveis podem nos paralisar.
É fundamental questionar o peso desses ideais e se reconectar com aquilo que verdadeiramente nos motiva e nos move no presente. Adiar uma tarefa pode até proporcionar um prazer momentâneo, mas é importante refletir sobre as motivações por trás desse comportamento.
Então, convido você a se perguntar: o que você tem deixado para depois e o que isso revela sobre você? A procrastinação pode ser um reflexo de nossas angústias e inseguranças, mas também pode ser uma oportunidade de autoconhecimento e crescimento pessoal.
Vamos juntos compreender e superar esse hábito, buscando uma relação mais saudável e produtiva com nossas tarefas e responsabilidades.
Até mais,
Andrea Torres, Psicóloga e Psicanalista